quarta-feira, 29 de abril de 2009

Retrato (parte 2)


[Talvez seja importante ler a postagem anterior a esta.]






Falamos que a Lei de Deus é como um retrato. Alguns dizem que é como um espelho, você olha pra ele e percebe onde está a sujeira.
Creio que as duas figuras funcionam muito bem para exemplificar o propósito de Deus em deixar Seus mandamentos. Mas eu quero seguir usando a figura do retrato.
Os Dez mandamentos se dividem em dois grupos: os quatro primeiros falando do nosso relacionamento com Deus e os seis outros falando do nosso relacionamento com o próximo.
É mais ou menos como o filho que viu o retrato do pai (Insisto, se não está entendendo é melhor ler a postagem anterior a esta) ficou um tempo contemplando, checando os detalhes da roupa, do penteado, da postura, dos sapatos e de todo o resto, e aí então começou a tentar reproduzi-los em si mesmo, quando não sabia exatamente o que fazer, ligava para o pai e pedia uma ajuda para entender como poderia “imitá-lo” melhor.

Guardar os quatro primeiros mandamentos é a fase de contemplar o retrato, guardar os seis seguintes é a fase de imitar o que você viu no retrato.

O primeiro grupo dos mandamentos é para que possamos nos demorar olhando para Deus, buscando compreender, com nossas limitações e com as limitações de um retrato – afinal retratos nunca conseguem transmitir a totalidade daquilo ou dAquele que está neles retratado – quem é Deus e quais são suas características. O segundo grupo de mandamentos é para que busquemos reproduzir, na nossa limitada esfera humana aquilo que vimos no retrato.
Paulo convida seus leitores a imitá-lo: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (I Coríntios 11:1). Se você quiser expressar matematicamente poderemos dizer: Se sou semelhante a Paulo e Paulo é semelhante a Cristo, quando sou semelhante a Paulo sou também semelhante a Cristo. Para os que não são muito fãs desse tipo de construção de pensamento lógico-matemática vou simplificar: Imite a Cristo. Seja parecido com Ele. Igual você não será e nem precisa ser igual. Mas é importante aceitá-lo e enquanto espera o encontro você deve contemplá-lo e imitá-lo. Se não se sair bem, contemple mais, converse com Ele e peça a ajuda, mas jamais desista. Lembre-se: o encontro com o Pai está próximo e Ele vai querer te reconhecer no meio da multidão.

Um comentário:

Lóide disse...

Gosto de rever fotos, sejam de amigos, de infância, "clicks" de momentos que parecem eternizados na imagem e na memória.

Depois da leitura fui levada a pensar que devemos construir um retrato de todas as manifestações de Deus, e permitir-nos o mesmo sentimento de nostalgia, de saudades dEle ao ver e rever Suas fotos. E de tanto contemplar, que sejamos nós, transformados em sua própria imagem; reconhecidos na multidão.

Que Deus o ilumine sempre.
Lóide Gomes da Silva.