Retrato (parte 2)

[Talvez seja importante ler a postagem anterior a esta.]






Falamos que a Lei de Deus é como um retrato. Alguns dizem que é como um espelho, você olha pra ele e percebe onde está a sujeira.
Creio que as duas figuras funcionam muito bem para exemplificar o propósito de Deus em deixar Seus mandamentos. Mas eu quero seguir usando a figura do retrato.
Os Dez mandamentos se dividem em dois grupos: os quatro primeiros falando do nosso relacionamento com Deus e os seis outros falando do nosso relacionamento com o próximo.
É mais ou menos como o filho que viu o retrato do pai (Insisto, se não está entendendo é melhor ler a postagem anterior a esta) ficou um tempo contemplando, checando os detalhes da roupa, do penteado, da postura, dos sapatos e de todo o resto, e aí então começou a tentar reproduzi-los em si mesmo, quando não sabia exatamente o que fazer, ligava para o pai e pedia uma ajuda para entender como poderia “imitá-lo” melhor.

Guardar os quatro primeiros mandamentos é a fase de contemplar o retrato, guardar os seis seguintes é a fase de imitar o que você viu no retrato.

O primeiro grupo dos mandamentos é para que possamos nos demorar olhando para Deus, buscando compreender, com nossas limitações e com as limitações de um retrato – afinal retratos nunca conseguem transmitir a totalidade daquilo ou dAquele que está neles retratado – quem é Deus e quais são suas características. O segundo grupo de mandamentos é para que busquemos reproduzir, na nossa limitada esfera humana aquilo que vimos no retrato.
Paulo convida seus leitores a imitá-lo: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo” (I Coríntios 11:1). Se você quiser expressar matematicamente poderemos dizer: Se sou semelhante a Paulo e Paulo é semelhante a Cristo, quando sou semelhante a Paulo sou também semelhante a Cristo. Para os que não são muito fãs desse tipo de construção de pensamento lógico-matemática vou simplificar: Imite a Cristo. Seja parecido com Ele. Igual você não será e nem precisa ser igual. Mas é importante aceitá-lo e enquanto espera o encontro você deve contemplá-lo e imitá-lo. Se não se sair bem, contemple mais, converse com Ele e peça a ajuda, mas jamais desista. Lembre-se: o encontro com o Pai está próximo e Ele vai querer te reconhecer no meio da multidão.

Retrato (parte 1)

São várias as razões que estremecem o relacionamento entre pais e filhos. Eu não sei ao certo o que ocorreu com ele, sei que na adolescência as circunstâncias o forçaram a abandonar a casa de seu pai. Com o passar dos anos foram raros os contatos, com grandes intervalos de tempo entre um e outro. O fato é que depois de 25 anos o pai mostrou interesse em encontrar seu filho. Eles marcaram um dia e um lugar. A passagem do tempo tornaria difícil o reconhecimento, assim sendo o pai elaborou um plano. Ele enviou alguns retratos dele para o filho, pediu para que o filho não falasse que roupa usaria no dia, nem lhe fornecesse nenhum tipo de dica que facilitasse sua identificação. O rapaz deveria apenas, com base nos retratos, tentar ficar parecido com o pai. “Quando eu lhe encontrar verei que você está parecido comigo e saberei que é meu filho que há tanto não vejo”.

Algumas vezes ouvi que a Lei de Deus é a expressão do seu caráter, e de fato é mesmo. A Lei de Deus não revela apenas o que Ele quer, revela quem Ele é e quem quer que nós sejamos. Como um filho afastado de seu pai, recebemos através de Cristo a boa notícia que Ele quer nos reencontrar, que Ele quer nos ter por perto. Para nos preparar para esse encontro Deus nos deixou retratos dEle através de Sua Lei. Deus quer filhos parecidos com Ele, quer que seus filhos olhem para os retratos que Ele enviou e decidam: “Eu quero me tornar semelhante ao meu Pai”.

Por que guardar a Lei? Porque o encontro com o Pai está próximo e Ele vai querer lhe reconhecer no meio da multidão.

[continua]

Ops! Perdi a Aliança

Quem me conhece pessoalmente sabe que não é algo muito fácil eu conseguir engordar, talvez engordar nem seja o termo mais adequado, quem sabe se disséssemos, que eu “desemagreci”. Isso tem ocorrido há alguns meses, claro que a passos bem curtos e lentos. Ainda não senti muitas conseqüências desse desemagrecimento. Acho que a única que consegui perceber é que minha aliança de casamento já não cabia mais no meu dedo anelar. Com isso passei a usá-la no dedo mínimo, afinal minha esposa não gosta nem um pouco da idéia dela usar aliança e eu não. Como no dedo mínimo ela estava muito folgada sempre a tirava quando ia realizar alguma atividade que a pudesse derrubar, porém certo dia me e distraí, e fui recolher o lixo, ela caiu dentro de um dos sacos, logo recolhi e infelizmente a recoloquei no dedo, o incidente se repetiu, mas dessa vez não reparei a tempo de recuperá-la.
Eu me tornara um casado sem aliança. Passados alguns dias, um rapaz perguntou pra minha esposa porque ela usava aliança e eu não, ela teve que contar a história. Quando me vêem sem aliança deduzem que não sou casado, quando digo que sou a pergunta de pronto é: “Então Cadê a sua aliança?”
O fato é que as pessoas não precisam que você fale para elas se você é casado ou não, elas simplesmente olham para sua mão e percebem ali o sinal que indica se existe um compromisso e que nível de compromisso é. Você não precisa sair pelas ruas falando que é casado, é só carregar o sinal, caso não carregue as pessoas presumirão que você não tem “dono (a)”.
Em Ezequiel 20:20 Deus convida o povo a guardar os sábados pois eles serviriam de “sinal entre Deus e seu povo para que todos soubessem que Deus lhes era por Senhor”. O Sábado seria o sinal designado por Deus para mostrar a quem quisesse que seu povo tinha um dono, que seu povo tinha um compromisso, não era um povo solteiro, ou encalhado, era um povo comprometido. Não seria necessário perguntar, era só olhar para o sinal.
O Sábado tem sido um dos sinais entre Deus e os seus. Há pessoas em todas as partes do mundo, e talvez até alguém que está lendo neste momento, que diz que pertence a Deus, que está comprometida com Ele, mas a pergunta que faço é: Então cadê o sinal? Se você tem um compromisso com Deus você não precisa dizer, eu simplesmente preciso ver o sinal, e saberei do seu compromisso.
Paulo diz que nos tornamos espetáculo para o universo. Você não precisa sair pelo universo falando que você Pertence a Deus e que Ele é o Senhor da sua vida, você apenas precisa carregar o sinal.
Talvez esse sinal entre Deus e você esteja esquecido, ou você pense que não cabe mais em você, quem sabe você deixou que caísse no lixo, não importa, Ele está lhe oferecendo mais uma oportunidade de receber esse sinal esta semana. Aceite assim você não precisará dizer a quem você pertence bastará que vejam o sinal.

Malabarismos

O sinal estava vermelho, a frente da fila dos carros um sujeito com nariz de palhaço, e três varas nas mãos cumprimenta seu “respeitável público” e inicia seus malabarismos. Com duas varas ele mantinha a terceira vara saltando no ar. Realmente era impressionante ver a destreza do malabarista do semáforo. Bem sabia que seu show não era apenas para entreter motoristas impacientes, ele terminaria sua performance e então sairia pelo meio dos carros aproximando-se das janelas esperando ter impressionado o suficiente para receber uns trocados pela apresentação.
O fato é que sua apresentação passou do tempo e quando terminou o sinal já estava aberto e os carros saindo, não deu tempo dele sequer chegar em um dos tantos espectadores que presenciaram a destreza dos seus malabares. Ele ficou tão absorto em mostrar suas habilidades que esqueceu-se do propósito que o trouxera até ali.
Quantas vezes não fazemos como esse artista das ruas, nos esquecemos do propósito pelo qual estamos onde estamos. Ficamos tão concentrados em mostrar nossas capacidades, em exibir o que aprendemos, em impressionar, em ver pessoas de queixo caído com nossa destreza que nos esquecemos da principal. Todos os dias temos a oportunidade de aceitar o presente de Deus, a salvação, o perdão, a aceitação, a proximidade, a vida em sua plenitude. Mas com freqüência gastamos todo o nosso dia fazendo malabares, e quando queremos receber o principal o tempo já foi.
Infelizmente não sabemos quanto mais esperaremos, ou quanto mais Deus esperará, não sabemos quando o sinal vai abrir. A questão que podemos responder é quando o sinal abrir, você terá apenas se exibido e mostrado suas capacidades, terá perdido todo o tempo com os malabarismos, ou terá ido até as janelas do Pai e estendido a mão para receber seus presentes?
Pense, e decida antes que o sinal fique verde.

santos e Santo

“Há tempos nem os santos tem ao certo a medida da maldade”. Renato Russo
Não faço ideia de quantas vezes já ouvi expressões como: “os tempos mudaram”, “antigamente as coisas eram diferentes”, “esse mundo já não é como era”, enfim, referências das mais diferentes ao fato do mundo estar se tornando um lugar cada vez pior. O trecho da música citada acima, “Há tempos”, da banda Legião Urbana, é a forma que o compositor achou pra traduzir esse pessimismo em relação a situação desse mundo.
Enquanto estamos esperando existem algumas coisas que tornam nossa espera algo insuportável, pense na insegurança, na corrupção, nos valores diminuídos, na instabilidade da família, na desvalorização dos relacionamentos e sentimentos. Será que Renato Russo tem razão? Será que até os santos perderam a medida da maldade?
Eu não posso responder pelos santos, mas pelo Santo – sabe, aquele que eu espero – posso dizer algo.
A Bíblia está repleta de descrições das pessoas de nossa época, Paulo disse a Timóteo que existiriam pessoas arrogantes, desobedientes aos pais, ingratos, mais amantes dos prazeres que amantes de Deus, tendo apenas forma de piedosos. Pedro por sua vez fala de pessoas escarnecedoras que zombariam daqueles que esperam, ou seja, enquanto espero me torno motivo de chacota. Jesus fala que o amor esfriaria em quase todos. Pensando nessas descrições cabe a pergunta: Se Deus foi capaz de anunciar como as pessoas seriam más em nossos dias será que ele perderia o controle sobre essa maldade?
Deus tem tudo sob controle, até mesmo os maus com suas maldades. Enquanto espero a maldade se prolifera, mas jamais Deus perde a conta. Talvez você se sinta injustiçado e até já tenha questionado se Deus tem alguma coisa haver ainda com esse mundo. Digo sem medo de errar Renato Russo estava errado. Não sei dos santos que ele conhecia, mas o Santo que eu conheço – e espero – sei que ele tem a maldade contada, isso não quer dizer que este mundo vai ser justo com você, ou com aqueles que você ama; mas, com certeza as injustiças estão com seus dias contados